Luiz Carlos Molion em entrevista a UOL: Não existe aquecimento global


Achei uma entrevista do meteorlogista Luiz Carlos Molion, dada a Carlos Madeiro, Especial para o UOL Ciência e Saúde.


A entrevista é surpreendente pela coragem e clareza com que, um dos maiores meteorologistas do país, se refere ao tema.


Minha área é a Biologia, por isso muitas das opiniões que emito sobre meteorologia, são baseadas em leituras de publicações feitas por meteorologistas.
Abaixo, segue o currículo de Luiz Carlos Molion e após, a entrevista:


QUEM É LUIZ CARLOS MOLION


Luiz Carlos Baldicero Molion é bacharel em Física pela USP e doutor em Meteorologia – e Proteção Ambiental,
como campo secundário – pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. Concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, em Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas.
É associado do Wissenschaftskolleg zu Berlin (Instituto de Estudos Avançados de Berlim), Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante de 1989 a 1990.Molion tem mais de 30 artigos publicados em revistas e livros estrangeiros e mais de 80 artigos em revistas nacionais e congressos, em particular sobre impactos do desmatamento da Amazônia no clima; climatologia e hidrologia da Amazônia; causas e previsibilidade das secas do Nordeste; mudanças climáticas globais e regionais; camada de ozônio e fontes de energias renováveis.Foi cientista-chefe nacional de dois experimentos com a NASA sobre a Amazônia. Aposentou-se do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, como Pesquisador Titular III. Entre 1990 e 1992, foi presidente da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido (UNITROP), Governo do Estado do Amazonas, em Manaus, onde desenvolveu pesquisas sobre desenvolvimento sustentado, em particular o biodiesel, combustivel renovável feito de óleos de palmáceas nativas.Atualmente, encontra-se na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, como professor associado e diretor de seu Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT). Também desenvolve pesquisas nas áreas de dinâmica de clima, desenvolvimento regional, energias renováveis e dessalinização de água. É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/OMM), como representante da América do Sul.Entre suas áreas de conhecimento e interesse, destaca a variabilidade e mudanças climáticas, particularmente os climas da Amazônia e Nordeste, os impactos de mudanças climáticas no desenvolvimento e proteção ambiental. No que diz respeito a recursos hídricos: água no sistema solo-planta-atmosfera, evaporação e evapotranspiração, mudanças climáticas e água. Tratando-se de desenvolvimento sustentado e energias renováveis (eólica, solar e aproveitamento de resíduos vegetais): óleos vegetais e biodiesel como combustiveis renováveis, métodos e equipamentos para tratamento e dessalinização de águas salobras, do mar e servidas.


A Entrevista



UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?


Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.


UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?


Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.


UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?


Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas – algumas das que falavam da nova era glacial – que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.


UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.


Molion: Depende de como se mede.


UOL: Mede-se errado hoje?


Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.

UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?

Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.


UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?


Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.


UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?


Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.


UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?


Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.


UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?


Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.


UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?


Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.


UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?


Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.


UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?


Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.


UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?


Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.


UOL: Mas o mar não está avançando?


Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.


UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?


Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.


UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?


Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.


UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?


Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.


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